Powered By Blogger

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

RELATÓRIO DA 10ª OFICINA PARA INCLUSÃO DIGITAL


  
O evento

A 10ª Oficina para Inclusão Digital foi realizada de 5 a 7 de dezembro de 2011 no Centro de Convenções de Vitória-ES. Ao todo foram 2.169 inscritos e 1.111 credenciados no evento. Há dez anos a oficina é um espaço de debates sobre as políticas públicas, ações e projetos do governo e da sociedade civil em torno de inclusão digital. A novidade deste ano foi a criação da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações e o avanço do debate das políticas para universalização da internet. A Rede Nacional de Formação do Programa Telecentros.Br participou ativamente da oficina com monitores, tutores, supervisores, coordenadores e toda equipe de todas as regiões do Brasil, com seus respectivos Polos. O monitor Italo Carlos participou com a delegação do Polo Nordeste, representando o Grupo 07, na tutoria de Ellen Cristina Balland juntamente com os monitores Alcântara Rodrigues e Maria Rosineide Torres.
O evento, considerado o maior do país na área de inclusão digital foi uma oportunidade única de serem adquiridos novos conhecimentos, de compartilhar idéias com as mais diversas pessoas e estilos de vida e foi também um momento de socialização e integração entre os participantes do evento, onde cada um pode participar de várias plenárias, seminários, encontro de programas de inclusão digital e oficinas de acordo com seus interesses e baseados na realidade das comunidades em que os seus telecentros estão situados, norteando os temas mais importantes do setor do país, com a participação ativa de estudantes, professores, representantes de órgãos dos Governos Federal e Estadual, monitores de telecentros e tutores. Vale ressaltar que a oficina contou também com diversas apresentações culturais, promovidas em parceria com o Governo do Estado e Prefeitura de Vitória. Bandas da Polícia Militar, grupos de teatro, ballet, samba e música abrilhantaram o evento, sempre no saguão Térreo do Centro de Convenções.

Dinâmica para Formação de Conselho Gestor

Logo após o credenciamento no dia 05, participou-se da Dinâmica para Formação de Conselho Gestor, com o facilitador Wilken Sanches do Coletivo Digital. Neste seminário foram levantados pontos estratégicos para a formação de um conselho gestor competente e atuante nos telecentros, uma vez que hoje os conselheiros gestores geralmente são consultores e não gestores propriamente ditos. Outro ponto destacado foi o de conseguir utilizar o telecentro como algo além de uma escola de informática, tornando-o um local de articulação política na comunidade. Sabe-se que as comunidades possuem diferenças e por este motivo um projeto poderá funcionar em uma comunidade e em outra não. O conselho gestor veio justamente para solucionar estes problemas.
O facilitador Wilken citou ainda exemplos de telecentros de comunidades que conseguiram solucionar problemas como as grandes listas de espera de pessoas inscritas em cursos e como conseguir voluntários para aulas de dança, teatro, capoeira, etc. a fim de transformar o telecentro em um centro cultural. Ele define ainda que, o conselho gestor deve ter pelo menos um representante do poder público para que se possa ter alguém para fazer cobranças. Estas experiências foram vivenciadas numa comunidade de São Paulo em que o conselho gestor conseguiu contribuir na melhoria deste espaço público.

Solenidade de abertura

Ainda no primeiro dia houve a solenidade de abertura do evento, onde temas como Banda Larga, Cidades Digitais, Formação, ações para inclusão digital para o meio rural, comunicação e cultura já estavam sendo discutidos na oficina quando os gestores do Governo Federal que estavam presentes na abertura destacaram a criação da Secretaria de Inclusão Digital. A Banda da Polícia Militar participou da abertura, animando a todos que estavam presentes.
Participaram da abertura Rodrigo Assumpção, da Detaprev; o deputado Paulo Folleto (PSB); Jadir Pella, Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia; João Caser, Governador do Estado do Espírito Santo; Lygia Rupatto, Secretária Federal de Inclusão Digital e Cezar Alvarez, Secretário-executivo do Ministério das Comunicações.

Educação, Formação e Inclusão Digital

No dia 06 o Polo Nordeste do Programa Telecentros.Br participou da Plenária 2: Educação, Formação e Inclusão Digital que foi iniciada às 09h:30 e teve cerca de 1 hora e meia de duração, em que foram discutidos os desafios que os educadores enfrentam na tentativa de aliar formação e inclusão digital num país de enormes dimensões sociais, bem como de casos de sucesso com destaque para a Rede Nacional de Formação do Programa Telecentros.Br.
Esta plenária contou com a participação de quatro palestrantes e foi mediada pela diretora do Departamento de Articulação e Formação da Secretaria de Inclusão Digital do MiniCom, Cristina Mori (Kiki Mori). Cada um teve 15 minutos para articular e apresentar suas propostas, tal que Wellington Maciel, representante do Programa Banda Larga nas escolas do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), apresentou a metodologia deste programa que tem como objetivo “Integrar as diferentes ações e instituições para promover a alfabetização digital dos estudantes e melhorar a qualidade da educação básica.” Além disso, ele expôs as principais ações, as dimensões e estrutura pedagógica do programa.
Dando continuidade, Klinger Marcos Barbosa Alves, Secretário de Educação do Governo do Espírito Santo expôs a situação das escolas de Vitória em relação aos laboratórios de informática e acesso à internet, onde ele afirma que devem ser melhorados os recursos educacionais, uma vez que a maioria das crianças tem o primeiro acesso à internet nas lanhouses ou em casa e não necessariamente nas escolas. Assim, se faz necessário a disponibilidade de programas de acesso a internet com novas ferramentas a baixo custo. Quanto às escolas de informática no meio rural, ele alega que o Estado tem que preparar o professor para que ele possa saber utilizar as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nas salas de aula, podendo assim dinamizar suas aulas, contribuindo para uma melhor aprendizagem dos alunos.
Logo após Miza Seabra Tochi da Universidade do Estado de Goiás (UEG) deu continuidade a plenária, defendendo que não só a infra-estrutura é importante na melhoria dos processos de aprendizagem, como também os modelos pedagógicos que muitas vezes entram em conflito. Para tanto, o modelo pedagógico, a gestão e a infra-estrutura devem andar juntos para que os laboratórios de informática venham funcionar ativamente nas escolas.
O agrônomo Kayo Pereira, da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação veio com o desafio de levar a internet e a Banda Larga a todos os territórios urbanos e rurais, citando exemplos de cidades digitais e técnicas de fortalecimento de programas de inclusão digital já existentes.
Para finalizar, Kiki Mori fez uma espécie de “junção” de tudo aquilo que foi abordado pelos palestrantes e encerrou a plenária falando da importância da transformação das relações sociais, pessoais, econômicas, políticas e culturais para a melhoria das comunidades.

Inclusão Digital no Meio Rural

Ainda no dia 06, alguns monitores participaram da 3ª plenária: Inclusão Digital no meio rural, que teve como um dos pontos principais a universalização do uso da banda larga. Para Paulo Lima do Projeto Saúde e Alegria, um passo importante para a promoção de inclusão digital é considerar as lideranças comunitárias rurais, bem como observar as diferenças de um telecentro urbano de um rural, pois os recursos que se utilizam não são os mesmos.
Para Mônica Schroeder, representante do Ministério do Desenvolvimento Social a metade da população rural está em situação de pobreza e é por este motivo que se faz necessária a qualificação da oferta de serviços públicos para erradicar este problema, como o Plano Brasil sem miséria que tem melhorado o bem-estar dos brasileiros e definido rotas de inclusão produtiva para ampliar as capacidades das famílias, a fim de encontrarem oportunidades de inserção no mercado de trabalho.
Dando continuidade, Fernanda Corezola do Ministério do Desenvolvimento Agrário abordou o tema Desenvolvimento Sustentável: Comunicação e Informação, em que as políticas sociais universais e o desenvolvimento territorial têm contribuído na melhoria da qualidade de vida das pessoas, com a ascensão social de 31 milhões de pessoas na linha de pobreza extrema, através do mercado interno e do PIB avaliado em 2,3 trilhões. Segundo ela, “O rural não pode ser visto como um local que não têm acesso aos benefícios dos locais urbanos.” A representante da Embrapa, Vânia Castiglioni fez uma retrospectiva dos principais problemas do desenvolvimento agrícola a partir da década de 70.

Desenvolvimento de Projetos Comunitários para Telecentros

Durante à tarde do dia 06, monitores, tutores, supervisores e coordenadores de todo o país participaram da Oficina de Projetos Comunitários: Desenvolvimento de Projetos Comunitários para Telecentros, que teve como proposta a elaboração e o registro de projetos comunitários através de mapas conceituais.
Durante esta oficina foram apontados os motivos pelos quais os projetos comunitários devem ser realizados nas comunidades, onde o ponto de partida é encontrar a realidade da comunidade, “desenhando” o lugar que o projeto estará situado, podendo assim ser pensado o que será desenvolvido na comunidade e para a comunidade. Um grande desafio para os monitores na realização de projetos é ter auto-estima, visando sempre à potencialidade da comunidade, não pensando nos problemas que serão enfrentados e nas dificuldades que irão surgir, pois se tiverem uma visão pessimista da comunidade se sentirão desmotivados a elaborar e executar seus projetos. Outro fator importante é pensar nas parcerias financeiras e pedagógicas, para que se consigam financiadores/patrocinadores, bem como pessoas voluntárias para que o projeto entre em ação.
Além destes pontos, também foi apresentado o passo a passo para a elaboração de um projeto (tema; para quem; para que; como fazer; etc.) e como registrar, avaliar e divulgar o projeto.
Esta oficina foi dividida em duas partes e na segunda etapa os monitores foram divididos em grupos em que puderam compartilhar seus projetos comunitários e escolheu-se um projeto para elaboração de um mapa conceitual que fosse apresentado pelo grupo. Ao término desta oficina os monitores foram conduzidos ao saguão, próximo ao local do credenciamento, onde os banners de seus projetos estavam expostos, similar a uma “feira de ciências”, na qual cada monitor teve a oportunidade de divulgar seu projeto para centenas de pessoas.

Telinha de Cinema – Fundação Banco do Brasil

No dia 07, os monitores Italo Carlos e Maria Rosineide participaram da oficina Telinha de Cinema, promovida pela Fundação Banco do Brasil que teve como objetivo a elaboração de pequenos vídeos, através de mídias audiovisuais como o celular, câmera digital, tabletes, etc.
Além disso, foi mostrada a dimensão deste programa no Brasil que está sendo desenvolvido em diversas ações, como  através do Curso de Vídeo de Bolso, que conta com 180 horas de duração, oferecido gratuitamente para jovens da rede pública de ensino, entre 14 e 18 anos de idade, desenvolvido pela equipe pedagógica da Casa da Árvore em que são atendidas semestralmente nos núcleos comunitários duas turmas em Palmas-TO e Goiânia-GO, com o intuito de desenvolver habilidades artísticas e tecnológicas para a produção e compartilhamento audiovisual e o consumo qualificado de mídia.
Além do Curso de Vídeo de Bolso, há também o ResTelinha (Circuito de Residências em Educação, Arte e Tecnologia), a Reaplicação Escolar, o Ciclo de Debates e a Telinha EaD, todos ofertados gratuitamente. Para mais informações visite o site http://www.casadaarvore.org.br/.

Cultura, Comunicação e Juventude

Apesar de terem chegado um pouco atrasados, por conta da participação da Oficina Telinha de cinema, os monitores Italo Carlos e Maria Rosineide participaram ainda da Plenária Cultura, Comunicação e Juventude que teve como principal alvo a democratização dos meios de comunicação, a produção de conteúdos nos Pontos de Cultura nos telecentros, comunicação comunitária e Programa Rede Cultura Jovem do Governo do ES.
Infelizmente não se pôde participar desta plenária até o seu término por motivos de locomoção do local do evento até o hotel onde o Polo Nordeste estava hospedado, mas em suma pode-se dizer que é importante a democratização da comunicação, pois este é um direito nosso garantido e assegurado pela Constituição Brasileira e cabem aos jovens, monitores de telecentros lutarem pela articulação social em suas comunidades, buscarem novas formas de comunicação comunitária, podendo transformar os telecentros em centros culturais.
Não se pode esquecer, que foi nesta plenária que a tutora Ellen Balland falou sobre o projeto comunitário que a monitora Maria Rosineide está desenvolvendo (Cinema para Todos) em que Sérgio Mamberti do Ministério da Cultura, pediu que este projeto fosse enviado para ele e caso fosse aprovado, a cidade da monitora Rosineide ganhará um cinema.

Considerações Finais

Cerca de um mês após a realização da oficina ainda é possível se fazer uma retrospectiva dos impactos que este evento impulsionou na vida de todos que participaram. Monitores de telecentros e tutores, professores da rede pública de ensino e estudantes, representantes do Governo e da sociedade civil puderam participar ativamente deste evento, contribuindo positivamente e fazendo deste o maior evento neste setor do país.
A 10ª Oficina para Inclusão Digital acabou, mas os conhecimentos adquiridos e os resultados alcançados com sua realização ainda continuam vivos nos telecentros e nas escolas dos monitores que participaram do evento. Idéias que surgiram na oficina foram postos em prática no dia a dia. A troca de experiências deu uma nova visão de mundo para as comunidades, onde agora se pode ver sempre o lado positivo, os benefícios e os pontos estratégicos das comunidades, não deixando que os problemas venham impedir a realização das metas e objetivos dos monitores, através do desenvolvimento de projetos comunitários.
Apesar das dificuldades encontradas e dos problemas ocorrentes, como a pequena quantidade de vagas em determinadas oficinas, atrasos nas plenárias e seminários, problemas com a distância do local do evento para o hotel onde os monitores do Polo Nordeste estavam hospedados, pode-se considerar que a oficina foi um sucesso, pois se obteve um saldo de crescimento e aprendizado e todos que participaram deste evento absorveram o máximo de conhecimentos possíveis para a melhoria da qualidade de vida das comunidades em que atuam.
Desta forma, pode-se afirmar que a oficina veio para reforçar e otimizar a ideia de que a inclusão digital pode contribuir na transformação social das comunidades e que os monitores, gestores e coordenadores de telecentros são os responsáveis nesta mudança e transformação.  

Anexos 

Solenidade de abertura do evento
Dinâmica para formação de conselho gestor
Plenária Educação, Formação e Inclusão Digital

Oficina para elaboração de projetos comunitários
Polo Nordeste do Programa Telecentros.Br

Equipe da Fundação Banco do Brasil

Monitora Rosi, Tutora Ellen, monitores Italo e Alcântara - Grupo 07






      Para mais informações visite o site oficial do evento no link http://oficina.inclusaodigital.gov.br/


Nenhum comentário:

Postar um comentário